Romarinho entra e salva Corinthians de derrota na La Bombonera
EFE
Jogadores do Corinthians comemoram o gol de Romarinho contra o Boca Juniors: primeira final terminou 1 a 1
O herói improvável brilhou novamente. Depois de um disputado jogo diante do Boca Juniors, o Corinthians perdia até o final do duelo de ida no estádio La Bombonera. Mas aos 40 minutos do segundo tempo, Romarinho recebeu passe de Emerson para empatar a partida, garantir o 1 a 1 e deixar o time paulista a uma vitória simples do inédito título da Libertadores da América - novo empate (sem vantagem por gols marcados fora de casa) leva a final para a prorrogação.
Das nove finais de Libertadores que já disputou, o Boca mantém a escrita de jamais perder quando abre a decisão em casa, já que venceu Grêmio (2007), Santos (2003) e Cruzeiro (1977) e empatou com Once Caldas (2004) e Palmeiras (2000). Já o Corinthians vive uma situação bastante comum nesta edição do torneio: assim como contra Emelec e Vasco, respectivamente nas oitavas e quartas de final, o time paulista volta para casa com um empate no jogo de ida.
O primeiro tempo não teve muitas chances de gol, mas ambos os times chegaram à área rival. Paulinho, logo no início, assustou com bom chute de fora, e o Boca conseguiu se aproximar da área corintiana pelos cruzamentos. Num deles, Santiago Silva, "El Tanque", tentou de bicicleta, pegou em cheio na bola, mas o chute explodiu em Alessandro. Ainda antes do intervalo, Tite teve de mudar o Corinthians em razão de lesão: Jorge Henrique, com dores na coxa, deu lugar a Liedson - Willian foi cortado do banco, e Romarinho era a outra opção.
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Romarinho toca para empatar a final da Libertadores na Argentina
Na segunda etapa, o jogo seguiu parecido, com o Boca sendo um pouco mais perigoso. Nas principais ações, porém, a bola até cercava a área do goleiro Cássio, mas os erros no último passe faziam com que o time argentino não conseguisse finalizar.
Até que aos 28 minutos, o time da casa abriu o placar na Bombonera. Após cobrança de escanteio, o ataque do Boca ganhou de cabeça, Santiago Silva completou na segunda bola e, depois de Chicão tentar salvar até com a mão (levou cartão amarelo por isso) e a bola bater na trave, Roncaglia completou para fazer 1 a 0 e levantar a torcida - inclusive Maradona, que foi ao estádio.
E quando o Corinthians parecia voltar derrotado de Buenos Aires, a estrela de Romarinho brilhou. Três dias depois de marcar duas vezes contra o Palmeiras, ele entrou no lugar de Danilo e, logo no primeiro lance, empatou a partida: Riquelme vacilou, Paulinho arrancou, e Emerson serviu o atacante contratado há poucas semanas: 1 a 1. Nos acréscimos, Viatri ainda quase marcou, mas o cabeceio do atacante do Boca Juniors parou no travessão.
O jogo de volta está marcado para quarta-feira que vem, novamente às 21h50, no Pacaembu. Enquanto o Campeonato Argentino já terminou (o Boca ficou com o terceiro lugar), o Corinthians teria jogo neste final de semana contra o Botafogo, mas a CBF aceitou adiar a partida para o dia 11 de julho.
O Jogo - A maioria dos jogadores que integram o elenco corintiano ainda não havia disputado um jogo em La Bombonera. No entanto, o desconhecimento do lendário estádio argentino não intimidou a equipe comandada pelo técnico Tite. A boa disposição tática impediu o avanço dos donos da casa no início do confronto e assustou a torcida local na primeira chegada do Corinthians ao campo de ataque.
Aos sete minutos, o volante Paulinho limpou a marcação no meio-campo e carregou a bola mais para frente. O jogador arriscou o tiro de fora da área e obrigou o goleiro Orión a saltar para evitar o gol corintiano. Com certa pose na hora de espalmar, o arqueiro esticou o braço e mandou o tiro para a linha de fundo.
A jogada seria a única finalização brasileira no primeiro tempo e motivaria o início dos primeiros desentendimentos entre os times. Irritado com os lances individuais de Emerson, Erviti foi tirar satisfação com o atacante aos 12 minutos e precisou ser afastado por seus companheiros de clube enquanto discutia com o atleta.
Sem cair no jogo dos argentinos, o Corinthians permaneceu no ataque e criou boa chance após intensa troca de passes no campo ofensivo. Emerson recebeu na ponta esquerda e tocou para Paulinho na entrada da área. O volante trabalhou a bola e lançou Danilo, que estava livre de marcação. O jogador tentou carregar o esférico para junto de si e se atrapalhou no lance, deixando de graça com a marcação adversária.
Os minutos que se seguiram foram marcados pelos constantes erros de Alex e a insistência do Boca Juniors em tentar chegar ao ataque com passes longos vindos do meio-campo. Roncaglia ainda receberia o primeiro amarelo da partida depois de cometer falta dura em Emerson. A infração irritou o atacante e deixou os ânimos das duas equipes mais exaltados.
Diante da tensão encontrada dentro de campo, Santiago Silva tentou uma jogada de efeito para recolocar o Boca Juniors na partida. O centroavante recebeu cruzamento aos 34 minutos e jogou o seu corpo para trás para aplicar uma clássica bicicleta. Entretanto, a jogada foi mais plástica do que efetiva, uma vez que o tiro saiu fraco e parou na marcação corintiana.
Administrando a pressão do Boca Juniors em seu campo defensivo, o Corinthians precisou conviver com uma importante baixa antes do apito final. Jorge Henrique não suportou uma lesão sofrida durante a etapa inicial e deixou o campo para a entrada de Liedson aos 38 minutos. No lance seguinte, uma grande confusão se instauraria na área argentina e motivaria reclamações dos dois lados com a arbitragem.
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Discussão de jogadores de Boca e Corinthians na Bombonera; jogo de volta, no Pacaembu, é na próxima quarta-feira
Emerson partiu em velocidade pela esquerda e sofreu falta violenta de Roncaglia na entrada da área. O argentino já tinha recebido o amarelo e se ausentou da confusão. Irritado, o atacante brasileiro se levantou e viu Erviti vir tirar satisfações novamente. Enquanto os dois discutiam rispidamente, Riquelme passou a argumentar com o juiz e recebeu cartão amarelo depois de insistir nas reclamações.
Alheio às confusões dentro de campo, Chicão cobrou a falta aos 41 minutos e isolou a bola pela linha de fundo. A finalização seria a última que provocaria qualquer ameaça aos goleiros. Antes do término do primeiro tempo, os argentinos do Boca Juniors discutiriam brevemente com os corintianos depois de uma falta cometida por Paulinho em Riquelme, mas nenhuma confusão mais séria foi gerada neste lance.
Com o apito do árbitro, as duas equipes foram para os vestiários debaixo dos gritos de incentivo da torcida do Boca Juniors. Inquietos, os argentinos continuaram com a cantoria assim que os times pisaram no gramado e soltaram um longo suspiro aos quatro minutos da etapa complementar. Erviti conseguiu achar espaço na marcação corintiana e cruzou para o centro da área. Sozinho, Riquelme chutou de primeira, mas a bola subiu muito e passou rente ao travessão de Cássio.
A finalização nos primeiros minutos da etapa complementar empolgou Riquelme e motivou novas investidas do temido camisa 10 do Boca Juniors. Aos nove minutos, o meia tentou o chute de fora da área e mandou muito longe do gol. Na sequência, o armador acertou passe em profundidade para Santiago Silva, mas o centroavante foi flagrado em posição irregular pelo bandeira.
Nos minutos seguintes, as equipes demonstraram pouca objetividade e muita segurança no setor defensivo. Com tal panorama na partida, os torcedores foram ver um novo lance de perigo apenas aos 16 minutos. Em um lapso de atenção dos corintianos, Riquelme avançou pela esquerda e achou Mouche livre de marcação. O atacante concluiu na cara do gol e obrigou Cássio a se agachar para defender sem dar rebote.
O Boca continuava trocando passes na intermediária e esperava o erro corintiano para invadir a área. Aos 23 minutos, Erviti fez belo passe para Santiago Silva e viu a bola passar por debaixo dos pés do centroavante uruguaio. Quatro minutos depois, o jogador tentaria lance individual na esquerda e conseguiria o escanteio que ditaria um novo rumo na partida.
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Riquelme, capitão do Boca, durante a final no estádio La Bombonera
Após a cobrança, Santiago Silva aproveitou a sobra para mergulhar de peixinho. Com a mão, Chicão evitou o gol e fez a bola bater na trave. No entanto, Roncaglia chegou livre de marcação e concluiu para o gol vazio. O lance incendiou La Bombonera e rendeu um cartão amarelo para o zagueiro brasileiro.
Ciente de que o seu time não poderia se repetir no restante do confronto, o técnico Tite apostou em Romarinho e colocou o jogador no lugar de Danilo.
Iluminado ao marcar os dois gols na vitória por 2 a 1 sobre o Palmeiras no fim de semana passado, o jogador brilhou mais uma vez e decidiu a favor do Corinthians novamente.
Aos 40 minutos, Paulinho roubou bola no meio-campo e tocou para Emerson. O jogador girou sobre o seu marcador e lançou o jovem atacante. O atleta invadiu a área e tocou por cima de Orión, silenciando La Bombonera. No restante da partida, Tite soube reorganizar o Corinthians e impediu o avanço do Boca Juniors. A torcida brasileira passou a cantar efusivamente e conseguiu empurrar o time nos minutos finais do duelo. Sem sofrer com a pressão, o time brasileiro assegurou a igualdade e impediu o clube argentino de levar qualquer vantagem para o Pacaembu.
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