Kashiwa bate Monterrey nos pênaltis e encara Santos nas semis do Mundial
Brasileiro Leandro Domingues (à dir.) vibra, ao lado do compatriota Jorge Wagner, após marcar diante do Monterrey
Foto: Reuters
O torcedor do Santos acordou cedo, neste domingo, para ver em ação o futuro adversário da equipe brasileira na semifinal do Mundial de Clubes da Fifa. No duelo entre Kashiwa Reysol e Monterrey, os dois times fizeram um jogo equilibrado e atravessaram 120 minutos para decidir a vaga. No fim, melhor para o time treinado pelo brasileiro Nelsinho Baptista, que venceu nos pênaltis por 4 a 3 após empate por 1 a 1 no tempo normal, gols do brasileiro Leandro Domingues, para os japoneses, e do chileno Suazo.
Com o resultado, o atual campeão japonês - que já havia estreado no Mundial na fase preliminar, ao bater o Auckland City - se credenciou a enfrentar o Santos na semifinal que definirá o primeiro finalista do torneio, no mesmo Estádio Toyota que foi palco das quartas de final, nesta quarta-feira, às 8h30 (de Brasília). No dia seguinte, o outro finalista sai do confronto entre Barcelona e Al-Sadd, em Yokohama, também às 8h30.
O jogo
Sob os olhares do técnico Muricy Ramalho e de alguns jogadores do elenco do Santos presentes ao estádio, o Monterrey fez valer, em grande parte do primeiro tempo, sua melhor qualidade técnica frente ao campeão japonês. Logo aos 2min, a agilidade dos mexicanos foi vista na enfiada em profundidade para Suazo, que limpou o goleiro Sugeno, mas o atacante chileno perdeu o ângulo e teve que tocar para trás de calcanhar. A bola explodiu na zaga e sobrou limpa para Cardozo, que soltou a bomba, bem espalmada pelo arqueiro japonês.
Novamente no toque de bola e aproveitando a marcação débil no lado esquerdo do ataque, Cardozo teve liberdade de ir à linha de fundo e cruzar na medida para Suazo, que finalizou tirando de Sugeno, mas viu seu arremate explodir no poste.
Novamente, o Monterrey não viu o placar se abrir por pouco, quando Lucho cobrou falta frontal rende ao gol japonês, sem a reação do camisa 1. O time de Nelsinho Baptista só acordou para valer aos 34min, quando o pouco acionado Jorge Wagner arriscou da intermediária e a bola passou com perigo ao gol de Orozco.
Ao contrário da etapa anterior, o Kashiwa voltou em cima do adversário e perdeu chance logo aos 3min, quando Jorge Wagner resvalou de cabeça e deixou Kudo na cara do gol, mas o meia nipônico isolou. E o gol inicial veio quatro minutos depois, por meio de Leandro Domingues. Apagado até então no confronto, o brasileiro começou a jogada que resultou no cruzamento de Tanaka, completado por ele mesmo com belo voleio.
A resposta do time mexicano veio em seguida, aos 13min, em uma jogada repetida durante a primeira etapa: a bola enfiada em profundidade na zaga japonesa. Desta vez, César Delgado foi o acionado na direita e cruzou rasteiro para Suazo, que chegou antes da cobertura e estufou as redes de Sugeno. O empate deixou a partida mais acesa e franca, com as equipes se arriscando mais no ataque. Porém, as disputas de bola ficaram mais ríspidas, com alguns lances mais violentos.
Pouco após o gol, o Monterrey tentou abafar o Kashiwa - que passaria a esperar o adversário em seu campo de defesa, mas sem sucesso. E o torcedor santista deve ter ficado contente quando o neozelandês Peter O'Leary apitou o fim do tempo regulamentar. Com a prorrogação, o adversário da equipe comandada por Muricy Ramalho, certamente, viria muito mais desgastada.
Kashiwa domina prorrogação, mas é premiado somente nos pênaltis
A primeira substituição da partida só viria na prorrogação, com o meio-campo equatoriano Ayovi em lugar de Darvin. Mesmo com sangue novo do rival, a equipe de Nelsinho - que seguiu sem fazer mudanças - parecia mais inteira no início do tempo extra e pressionava os mexicanos. Nos dez minutos iniciais, o zagueiro Mier afastou duas bolas muito perigosas da grande área, mas não houve chances concretas de gol.
Somente nos 15min finais das quartas de final, Nelsinho resolveu mexer no time, colocando Hayashi no lugar do pouco eficiente Kudo. Com as duas equipes visivelmente mais cansadas, o jogo perdeu ainda mais em dinâmica. Contudo, o Kashiwa parecia mais disposto a não deixar o jogo ir para a decisão por penalidades máximas, enquanto o Monterrey poupava-se já pensando no pós-prorrogação.
Na disputa de pênaltis, o Monterrey desperdiçou já na primeira cobrança, quando o meia Lucho bateu para defesa de Sugeno. Com os japoneses convertendo as próximas três cobranças, bem batidas pelos brasileiros Leandro Domingues, Jorge Wagner, além do japonês Kurisawa, Suazo e Ayovi deixaram o Monterrey vivo. Entretanto, o goleiro Orozco desperdiçou a quarta cobrança ao mandá-la no poste. Tanaka desperdiçou a primeira chance de garantir a inédita vaga (Delgado converteu depois), mas Hayashi, na quinta e derradeira cobrança, colocou o campeão japonês como semifinalista do Mundial, diante do Santos, campeão da América do Sul.
Terra
Post a Comment