Mano garante renovação gradual e deixa expectativa no ar
Jogadores do Timão estão na expectativa de ganhar uma chance na seleção canarinha
Logo após a eliminação do Brasil da Copa do Mundo da África do Sul, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira garantiu que pediria ao próximo técnico da seleção brasileira que, já na primeira convocação, levasse atletas que tivessem condições de estar no seu ápice na Copa do Mundo de 2014, em casa. Já falando como novo treinador do selecionado nacional, Mano Menezes garantiu neste domingo que a transição será gradual.
“A seleção vai passar por uma transformação, mas não vai ser com a velocidade que todos imaginam. Você não pode expor uma seleção brasileira, tem que cuidar, tentar tomar o cuidado para fazer isso de forma mais responsável. O presidente (Ricardo Teixeira) deixou absolutamente claro que é isso que a CBF quer, então vamos fazer o que combinamos. Sou extremamente leal à minha palavra. Às vezes não consigo fazer, mas vou tentar fazer exatamente do que combinamos”, explicou o treinador.
Depois da política do comprometimento, privilegiada sempre por Dunga, Mano Menezes não quer nem ouvir falar do termo “família” para designar um grupo de jogadores. Para ele, a “família” só é lembrada nas vitórias: “Não gosto de falar de família, fica banalizado. Toda hora tem uma família, teve a Família Felipão. Mas só falam de família quando ganha, mas quando perde todo mundo é órfão, a família fica sem pai”.
Sem citar Dunga, o novo técnico da seleção brasileira também prometeu uma relação mais cordial com a imprensa e citou seu histórico com os repórteres setoristas do Corinthians para confirmar sua postura: “Sempre tentei responder a todos, mesmo que a pergunta tivesse boa dose de veneno, porque sei que estou respondendo ao torcedor. Vocês muitas vezes fazem as perguntas que o torcedor querem fazer, então respondo ao torcedor. Mas o importante é sempre passar conscientização ao torcedor”, analisou Mano Menezes, que citou diversas vezes o termo “conscientização” na sua última entrevista coletiva no comando do Corinthians.
Quando perguntado sobre o início de uma “era Mano Menezes” no comando da seleção, o treinador mais uma vez refutou ter seu trabalho rotulado, mas garantiu que privilegiará o talento. “Não gosto de dividir o futebol brasileiro em eras, porque você não pode ganhar sempre. A partir de amanhã vocês começarão a ter uma ideia daquilo que penso, porque sempre que você fala em renovação a dificuldade é maior. Mas eu sei que o talento do futebol brasileiro é aquilo que o povo quer ver”.
Na segunda-feira, provavelmente às 16h, de acordo com o treinador, Mano Menezes se apresenta à CBF e anuncia a primeira convocação no comando da seleção brasileira. Pelo menos três jogadores do Corinthians vivem a expectativa de serem chamados: Dentinho, Bruno César e Roberto Carlos. Mano, porém, garante que não dará privilégios aos seus ex-comandados.
“Não vou falar em convocação de forma antecipada em respeito a tudo aquilo que combinei, mas sempre disse que a escolha é pelo que cada jogador está jogando Se os atletas do Corinthians estiverem no nível da seleção, não vou os prejudicar porque são daqui, assim como não vou convocar só porque são do Corinthians. Não transferiria esse fardo para eles. Seleção não é como time de várzea, que você joga porque é filho do presidente”, comparou o treinador.
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