No duelo de surpresas Uruguai e Gana duelam para chegar mais longe

Uruguai tenta comprovar a hegemonia dos sul-americanos, enquanto Gana joga por todo o continente

Artilheiros tentam levar azarões às semifinais da Copa do Mundo

Uruguaios e ganeses entram em campo às 15h30 desta sexta-feira já sabendo o rival de uma semifinal histórica. Antes, jogam Brasil e Holanda, e seguramente quem sair desse confronto assistirá o duelo da tarde com a grife de favorito estampada no peito. Isso porque Uruguai, fora da Copa de 2006, classificado para esta na repescagem e com uma liga local passando por sérias dificuldades, ou Gana, que perdeu a grande estrela antes do Mundial e joga por um continente que nunca chegou entre os quatro melhores, escreverão mais uma página das grandes surpresas da história dos Mundiais.

    A seleção sul-americana já vê com dificuldades na linha do tempo sua última participação numa semifinal: foi em 1970, quando caiu para o Brasil. Os bicampeões do mundo, de fato, não tinham uma campanha relevante há 20 anos, quando foram eliminados pela Itália nas oitavas. De quebra, passaram no primeiro lugar de um grupo que tinha nada mais nada menos que os anfitriões, os vice-campeões do mundo e uma seleção que tem mostrado regularidade em torneios internacionais - o Uruguai venceu mexicanos e sul-africanos e empatou com os franceses.

Ao contrário do rival, Gana tem uma trajetória mais curta e recente. A estreia em Copas aconteceu há quatro anos, com vaga nas oitavas e revés para o Brasil. Neste ano, mesmo sem o meio-campista Essien, principal nome do time, venceu a Sérvia, empatou com a Austrália e se deu ao luxo de perder para a Alemanha no jogo final e garantir a segunda vaga. Nas quartas, já repete a melhor classificação de um africano, alcançada por Camarões e Senegal.

  Nas oitavas, ambos tiveram trabalho em jogos contra seleções que também não eram colocadas como favoritas. Contra a Coreia do Sul, o Uruguai até virou o primeiro tempo na frente, mas sofreu o empate e foi conseguir a vitória já na parte final do jogo; para Gana, o equilíbrio diante dos Estados Unidos levou o jogo até a prorrogação, mas o artilheiro do time, Asamoah Gyan, repetiu o agora rival Luis Suarez: marcou seu terceiro gol na Copa e garantiu a seleção na próxima fase.

     Para o jogo, são três desfalques importantes. Ambas as linhas de zagueiros têm ausências. O uruguaio Godín, lesionado, desfaz a dupla com Lugano, enquanto Jonathan Mensah deixa o miolo de defesa ganês. Os africanos também não terão Ayew, meia-atacante que assim como o companheiro está suspenso.

"O Uruguai tem jogadores nos melhores campeonatos da Europa, mas nós temos jovens com muita confiança. A maior qualidade desta equipe é a unidade", disse o técnico de Gana, o sérvio Milovan Rajevac. "Não temos nenhuma obrigação, mas queremos fazer história", completou.

Para Forlán, mais do que nunca é hora da boa fase dos atacantes uruguaios serem expostas em campo. "Eu e Suárez temos um ótimo relacionamento e eu fico muito feliz quando o vejo marcando gols. Mas meu objetivo é conquistar o título, temos um objetivo coletivo e não metas pessoais", afirmou o jogador do Atlético de Madri que tem dois gols na Copa.

Na história, uruguaios e ganeses já se enfrentaram por três vezes, com uma vitória do Uruguai e dois empates. Claro que nenhuma partida teve a importância da que acontece no Soccer City, local dos mais adequados para se assistir a um jogo que, de qualquer forma, entrará para a eternidade dos países. E de todas as cidades do futebol africano e sul-americano.

Arbitragem
   O mediador da partida será o português Olegário Benquerença, mas o assunto já rendeu uma polêmica na África do Sul. O Uruguai teria sido informado de que o árbitro seria o inglês Howard Webb e, por isso, teria feito um alerta de que o britânico poderia prejudicar os sul-americanos em retaliação ao erro do juiz uruguaio Jorge Larrionda na partida em que a Inglaterra foi eliminada da Copa contra a Alemanha.

A Fifa, porém, negou que tenha substituído Webb por Benquerença, afirmando que o português era o escolhido desde o princípio.