Timão só empata com o Bota e vê Flu disparar na ponta
Loco Abreu marcou um gol e levou perigo à defesa corintiana no Pacaembu
A quarta-feira recolocou de uma vez a liderança do Campeonato Brasileiro nas mãos do Fluminense. Isto porque o Corinthians, jogando no Pacaembu, teve problemas, foi ameaçado e até pressionou, mas saiu só com um empate por 1 a 1 diante de um perigoso Botafogo. Bruno César fez, no início, para o time da casa, mas Loco Abreu deixou tudo igual também no primeiro tempo. Ainda houve tempo para um gol mal anulado de Herrera, o que prejudicou a equipe de Joel Santana.
Mesmo se vencer o Vasco no jogo que tem atrasado, o time do Parque São Jorge dificilmente ultrapassa o Fluminense, que lidera absoluto com 51 pontos (três a mais que os corintianos), 15 vitórias (uma a mais) e ainda leva vantagem de quatro gols no saldo, terceiro critério de desempate.
A partida do Pacaembu teve um equilíbrio impressionante e oportunidades de gols do primeiro ao último minuto, deixando sempre a sensação de que o placar poderia ser alterado por qualquer uma das duas equipes. Se o Corinthians pressionou por toda a etapa final, foi o Botafogo, em dois contragolpes nos acréscimos, que quase fez com Somália e Caio.
O Corinthians retorna ao Pacaembu, sábado, diante do Ceará às 16h (de Brasília). Poderá ter as voltas de Ronaldo e Dentinho. Já o Botafogo tem clássico pela frente: será contra o Flamengo, no Engenhão, às 18h30.
Equilíbrio no Pacaembu na etapa inicial
Na formação inicial das equipes, o Corinthians teve o retorno de Ralf, um dos quatro contundidos de Adilson Batista, que segue sem Ronaldo, Dentinho e Chicão. Paulo André, suspenso, foi outro desfalque e acabou sendo substituído por Thiago Heleno, que iniciou como titular pela primeira vez no Parque São Jorge e teve atuação ruim.
Joel Santana, que já não tem Maicosuel e Marcelo Mattos, ficou sem Jobson e Edno, também suspensos, e optou por Lúcio Flávio na meia em detrimento de Renato Cajá. Fahel como titular atuou no lugar que, se imaginou, seria de Danny Moraes, e jogou sempre na marcação pessoal a Jorge Henrique.
Como tem sido frequente nos jogos disputados em casa, o Corinthians começou em cima do Botafogo, apoiado por uma torcida que ignorou o horário ruim das 22h (de Brasília) e preencheu boa parte do estádio. Trocando passes rápidos e pressionando a marcação botafoguense, o gol corintiano não demorou a sair.
Com 1min, Roberto Carlos cobrou falta próxima da entrada da área, mas acertou a barreira. Logo em seguida, o lateral inverteu bola do lado esquerdo e achou Bruno César. No canto direito da grande área, o meia colocou com rara felicidade no ângulo de Jefferson e correu para o abraço.
O Corinthians continuava em cima, principalmente graças às subidas de Ralf, que devia ter a marcação de Herrera mas avançava livre. Em uma dessas jogadas, o volante ameaçou Jefferson. Aos poucos, porém, o Botafogo se organizou em campo e começou a equilibrar a partida, que quase foi empatada aos 12min.
Após escanteio da esquerda, Loco Abreu escapou da frouxa marcação de William, dominou com estilo e chutou no travessão de Julio Cesar. Era o prenúncio de que o Botafogo partia ao ataque atrás do empate, o que não demorou tanto a acontecer.
Com a colaboração de uma defesa corintiana lenta, especialmente Thiago Heleno e William, o Botafogo se achou e achou a igualdade. Aos 26min, Herrera avançou pela direita e cruzou com inteligência para Abreu, que estava só com o baixo Alessandro em sua marcação. Livre, o uruguaio usou a cabeça e empatou. Foi o sexto gol do centroavante botafoguense em seis jogos.
O Corinthians, que no início jogava especialmente no ritmo de Bruno César, começou a levar perigo com Elias, pouco vigiado por Somália, seu marcador definido na estratégia de Joel Santana. O volante/meia corintiano apareceu bem na grande área e escorou cruzamento de Jorge Henrique para Iarley, que se esticou todo e colocou na trave.
O Botafogo teve a chance de ameaçar em jogada inteligente de Loco Abreu, que deixou Marcelo Cordeiro livre diante do gol - de forma equivocada, a arbitragem assinalou impedimento. Elias ainda reapareceu bem já perto do fim do primeiro tempo, de novo com a cabeça após ótima bola alçada por Jorge Henrique. Desta vez, porém, a finalização foi para fora.
Segundo tempo imprevisível
A etapa complementar começou de forma curiosa: a torcida corintiana incentivava a plenos pulmões, mas quem se sentia à vontade era o Botafogo, que chegou a marcar um gol legal, aos 3min, muito mal anulado pelo auxiliar Erich Bandeira. Herrera fez e estava em posição legal, para o desespero de Joel Santana.
Logo depois, novamente chegou o Botafogo com Herrera, que aproveitou ótimo cruzamento no segundo pau e usou a cabeça, exigindo grande defesa de Julio Cesar. O argentino reapareceu em seguida, de bicicleta, ameaçando a meta de seu ex-time.
O Corinthians só foi se acertar em campo quando o relógio ultrapassou os 10 minutos e o Botafogo diminuiu sua pressão. Paulinho havia entrado, no intervalo, no posto de Ralf. Defensivo, o volante pouco aproveitava o espaço que tinha para jogar, bem diferente de Paulinho.
Em linda tabela com Elias, ele invadiu a área e deu até tempo de todo o Pacaembu levantar para olhar a finalização, muito bem defendida por Jefferson. O mesmo Elias apareceu aos 29min e, após grande trama com Alessandro, bateu para fora, rente à trave do Botafogo.
O Corinthians intensificou a pressão nas bolas aéreas, mas teve grande dificuldade em criar chances e fugir da marcação botafoguense. A única chance criada dessa forma foi com Thiago Heleno, que teve a chance, livre, mas cabeceou para fora.
Enquanto o time de Adílson Batista tentava se achar, o Botafogo fez muita cera e, em dois lances nos quais se aproveitou da arreganhada defesa corintiana, quase marcou. Somália conduziu livre e finalizou para intervenção de Julio Cesar. Depois foi Caio quem avançou sem nenhuma marcação e deixou o Pacaembu em silêncio. Atrapalhado na conclusão, porém, bateu por cima e foi seguido pelo apito final de Vuaden.
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