Digno de Oscar, Choque-Rei termina empatado
Chuva, apagão, gols... São Paulo e Palmeiras ficam no 1 a 1 após mais de três horas de 'jogo'Enviar
Tinga e Carlinhos Paraíba disputam bola no Morumbi
Se o Choque-Rei deste domingo fosse um filme ao invés de uma partida de futebol, muitos poderiam perguntar: "ainda dá tempo de inscrever para o Oscar?" E se concorresse ao prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que entrega o seu prêmio anual neste domingo, não faria feio. Afinal, foram poucas as vezes que um jogo teve tantos elementos dignos de uma história de cinema, com mais de três horas de duração. No fim, o prêmio de "melhor ator" acabou dividido entre Fernandinho e Adriano Michael Jackson, que marcaram os gols do empate em 1 a 1 entre São Paulo e Palmeiras, no Morumbi.
O cenário digno de "Cantando na chuva", clássico musical estrelado por Gene Kelly, começou a se desenhar algum tempo antes da 16h, hora marcada para o começo do clássico. Cinco minutos antes de começar a partida, acrescentou-se uma mistura de "Apocalypse now", épico da guerra do Vietnã, que concorreu ao Oscar de melhor filme em 1980. O adia ou não adia que se seguiu após o Morumbi virar um estádio literalmente coberto por água, seria digno de um dos melhores mistérios de Alfred Hitchcock, que não venceu nenhum prêmio da Academia americana, mas levou uma estatueta pelo conjunto da sua obra.
Depois do vai não vai, que irritou o técnico Felipão - sósia do ator Gene Hackman, que já ganhou dois Oscars -, que não queria disputar a partida, o jogo (ou seria filme?) finalmente começou, pouco mais de uma hora após o horário previamente marcado. O Palmeiras começou melhor, mas não teve grandes chances de abrir o placar. Mas o que mais chamou aatenção nos primeiros minutos do clássico foram as faltas de lado a lado, dignas de um filme de terror trash.
O São Paulo melhorou e conseguiu aproveitar seu domínio. Fernandinho, um dos principais atores do elenco são-paulino nesta temporada, fez o seu: recebeu a bola na entrada da área, deu um corte em Danilo e bateu com força para abrir o placar. Um belo gol! Na comemoração, mais um problema, digno daqueles dramalhões hollywoodianos: o jogo ficou parado por 14 minutos por falta de luz no Morumbi.
Com a vantagem, o Tricolor ficou com a bola nos pés e, quando não conseguiu armar, recebeu pouca pressão do Verdão, que ainda sofre com a falta de qualidade no seu ataque. Ou melhor, Kleber sente falta de um parceiro da sua qualidade. Nem o Gladiador estrelado por Russel Crowe ou Ben-Hur conseguiram o Oscar sozinhos.
No segundo tempo, o panorama da partida pouco mudou. O Palmeiras tentando pressionar, mas sem a qualidade necessária. O Tricolor se segurando e saindo para o contra-ataque. Muitos chutes de longe e poucas chances claras.
E a etapa final parecia ser a dos vilões. Alex Silva foi o primeiro aoser expulso aos 12 minutos, após empurrar o atacante Adriano, do Verdão, que caiu no gramado pedindo falta, não marcada pelo árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza.
E Michael Jackson quase virou o vilão do lado verde, ao perder uma chance cara a cara com Ceni. O goleiro são-paulino poderia ter garantido ali o prêmio de "ator coadjuvante", mas o palmeirense se recuperou...
Aos 38 minutos, Adriano brilhou: em lance protagonizado pelas "estrelas" Valdivia e Kleber, Adriano recebeu de frente para o gol e empatou a partida. E o camisa 19 dançou! Uma performance longe daquelas que consagraram Nina, bailarina vivida por Natalie Portman, em Cisne Negro, que podem dar o prêmio de "melhor atriz" a ela neste domingo, mas suficiente para agradar aos torcedores do Verdão.
Se o começo foi tenso, a partida melhorou muito na parte final. Muitas chances, correria, dribles... elementos que todo torcedor espera de um clássico. Se no fim, ninguém ficou com o Oscar de melhor roteiro, quem assistiu ao jogo ficou satisfeito com o espetáculo.
Com o empate, o Verdão não consegui voltar à liderança do Paulistão, nem quebrar uma incômoda escrita de não vencer o rival no Morumbi desde 2002. Felipão também lamenta: não venceu nenhum clássico após o retorno ao clube no ano passado.
Agora o São Paulo só voltará a campo no próximo sábado, quando enfrentará o São Caetano, no Anacleto Campanella. Já o Palmeiras jogará na próxima quarta-feira, contra o Comercial-PI, no Pacaembu, pela Copado Brasil.
Fonte: Lancepress
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