É Campeão
Em jogo memorável, Peixe perde, mas é o grande Campeão Paulista de 2010
É inegável que a meninada do Santos criou uma nova identidade no futebol brasileiro nesse início de temporada, e os próprios jogadores ressaltavam que para fazer história no clube, era preciso a conquista de títulos, e isso foi feito, hoje numa final memorável, no Pacaembu, o Peixe perdeu para o Santo André por 3 a 2, mesmo placar da primeira partida, mas como fez uma campanha irretocável, o time de Dorival Junior ficou com o caneco, o décimo oitavo na história do Peixe.
A partida de hoje foi totalmente diferente do que se imaginava, o Santo André, bravamente, não deixou de acreditar em nenhum instante e jogou uma grande partida, de longe esta final foi o melhor jogo do campeonato paulista, chuva de gols, expulsões, reclamações, gol relâmpago e, muita, mas muita emoção. No fim, os Santos lá de cima foram a favor do Peixe e a coroação de uma grande campanha foi feita no Pacaembu. Um dos maiores protagonistas foi Paulo Henrique Ganso, ele chamou a responsabilidade para si e provou uma incrível maturidade, sendo sem dúvidas o grande ‘cara’ da final.
Para o Santo André ficou a sensação de dever cumprido, de rebaixado no ano passado, o time passou por uma grande reformulação e, Sérgio Soares foi um dos grandes responsáveis pelo crescimento do Ramalhão, nesse reta final de campeonato o time do ABC foi melhor ainda, e não seria nenhuma surpresa ou até mesmo injustiça se o caneco fosse erguido pelo Ramalhão.
O grande jogo no Pacaembu
A torcida já santista fez a sua parte e lotou o Pacaembu, o grito de é campeão já estava sendo preparado, no entanto o Santo André entrou disposto a jogar água no Chopp alvinegro, e com menos de 30 segundos o placar já estava aberto no Pacaembu, em rápida jogada,
Branquinho lançou Cicinho, na direita, às costas de Léo. O lateral do Ramalhão invadiu a área, driblou o goleiro Felipe e chutou cruzado. Antes de a bola entrar, Nunes empurrou para o gol.
O Peixe não se encolheu e foi para cima. Aos sete minutos, Marquinhos achou Robinho dentro da área. De letra, o Rei das Pedaladas tocou para Neymar na marca do pênalti. Ele se livrou de três marcadores e estufou a rede com um forte chute de direita.
O problema do Santos é que, se o ataque é insinuante, rápido e imprevisível, a zaga às vezes é lenta e desatenta. O Ramalhão seguiu em cima, dividindo todas as bolas com muita força e vontade. Na frente, Bruno César, Branquinho e Rodriguinho, com movimentação constante, bagunçavam a defesa adversária. Aos 15 minutos, Branquinho livrou-se da marcação pelo meio e mandou a bomba. A bola explodiu na trave. Em seguida, aos 17, Carlinhos desceu pela esquerda e cruzou para Rodriguinho marcar de cabeça. No entanto, a auxiliar Maria Eliza Barbosa errou e marcou impedimento de Carlinhos, cuja posição era legal.
O Ramalhão seguia em cima e, aos 19, fez o segundo gol. Após cobrança de escanteio pela direita, Alê apareceu na área. A zaga santista ficou olhando, e o volante completou de cabeça para o gol.
O jogo, além de corrido, era nervoso. Neymar buscava o drible, e os marcadores faziam falta. Aos 22 minutos, Alê chegou de forma mais dura numa dividida com o garoto santista, provocando uma grande confusão. Ganso tomou as dores do amigo e partiu para cima do volante. E Léo e Nunes começaram uma ríspida discussão paralela, perto da linha lateral. Foram expulsos. Os andreenses reclamaram muito do comportamento de Neymar em campo.
Com os dois times atuando com dez jogadores, o Santos passou a controlar melhor a posse de bola. A defesa alvinegra já não tinha tanto trabalho para marcar apenas Rodriguinho à frente, e o Peixe, de passe em passe, chegou ao seu segundo gol. Aliás, outro golaço. Robinho ganhou dividida na intermediária e passou a bola para Ganso, que, de calcanhar, encontrou Neymar entrando pela esquerda. O garoto, de canhota, teve tranquilidade para colocar a bola no canto direito, longe do alcance de Júlio César.
Quando o jogo estava sob controle do Peixe, Marquinhos se precipitou e acertou um carrinho por trás, desnecessário, em Branquinho. Foi expulso, deixando o time com nove jogadores. Aí, o jogo ficou à feição para o rápido time do ABC paulista. Com o adversário escancarado, Bruno César acertou belo passe para Branquinho, que entrava pelas costas da defesa santista. O meia girou e bateu colocado, de direita, sem chances para Felipe, desempatando novamente o jogo: 3 a 2. Faltava um gol para o Ramalhão, já que o resultado ainda dava o título ao primeiro colocado da fase de classificação.
Fim de jogo dramático após outra expulsão
O Santos voltou mais bem posicionado para o segundo tempo. Dorival Júnior abriu Robinho pela direita e Neymar pela esquerda. Ganso jogava pelo meio. Arouca e Mancha marcavam pelo meio. Mesmo com um a menos, o Peixe conseguia ameaçar. Logo aos três minutos, num lindo passe diagonal, Ganso enxergou Robinho. O gol só não saiu porque o atacante chegou atrasado.
O Ramalhão, porém, continuava bem vivo no jogo. Sempre que Bruno César ou Branquinho pegava na bola, o time do ABC criava jogadas perigosas. Aos cinco minutos, Rodriguinho recebeu de Bruno, driblou Felipe e chutou para o gol. Arouca, que entrava por ali, salvou o Alvinegro Praiano.
Aos 17, Dorival tirou Robinho para colocar o atacante André. A missão do centroavante era correr atrás dos zagueiros para tentar dificultar as saídas de bola do Ramalhão. Com essa mudança, o Santos deixou de ser ameaçado momentaneamente. Ganso assumiu o comando do time e passou a prender a bola no meio. Neymar tentava partir para cima, mas caía a toda hora. Aos 32, foi substituído por Roberto Brum.
O Santos tinha o jogo sob controle. Mesmo com um a menos, marcava bem e não dava chances para o Santo André. Até que Brum cometeu o mesmo vacilo de Marquinhos. Fez falta por trás em Pio e recebeu o vermelho. O Peixe tinha apenas oito jogadores em campo, e a partida se tornou dramática. Dorival Júnior, prontamente, mandou o zagueiro Bruno Aguiar para o campo. Ganso iria sair, mas foi firme. Virou-se para o banco e gritou:
- Eu? Eu não. Vou ficar aqui!
André, então, foi sacado.
Melhor para o Peixe. O meia prendeu a bola na frente, chamou falta, cavou escanteio.
A essa altura, o Ramalhão já tinha Rodriguinho, Rodrigão e Pio, todos praticamente dentro da área. O Peixe se segurava como podia. Aos 45 minutos, o momento de maior tensão para os torcedores santistas: Rodriguinho completou um cruzamento da direita, e a bola tocou na trave, com Felipe torcendo para ela não entrar.
Angustiados, os torcedores santistas, de pé, exigiam o fim do jogo no Pacaembu. Com o apito final, aos 49 minutos, a explosão de alegria começou. Agora, a terceira geração dos Meninos da Vila confirma o destino do Santos: ser formador de meninos campeões.
Fotos:
Pacaembu teve um excelente público nessa tarde de domingo
Ass.: Cido Portal: Fut-Interativo
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